Com colaboração do CFP
Neste final de semana, o Sistema Conselhos de Psicologia realizou o 10º Congresso Nacional da Psicologia (CNP), sua instância máxima de deliberação. O tom dos trabalhos foi determinado por pautas centrais como a organização democrática do Sistema, aperfeiçoamento das estratégias de diálogo com a categoria e a sociedade. Mato Grosso do Sul esteve representado por uma delegação de profissionais.
O CNP contou com a participação de mais de 400 psicólogas(os) delegadas(os), de todas as regiões do país, e a solenidade de abertura contou, ainda, com a presença de convidadas(os) representantes das entidades da Psicologia.
Em sua 10ª edição, o CNP apresentou o tema central “O (im)pertinente compromisso social da Psicologia na resistência ao Estado de exceção e nas redes de relações políticas, econômicas, sociais e culturais.
O presidente do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Rogério Giannini aproveitou a ocasião para enfatizar que o projeto tocado por esta gestão foi construído por milhares de profissionais, em diferentes frentes e áreas de atuação, em que a Psicologia como ciência e profissão se fez presente, tendo como base as deliberações do 9º CNP.
Para Giannini, é tempo de resistir e avançar. “Não é exagero afirmar que na gestão do XVII Plenário do CFP, resistimos e avançamos. Resistimos quando defendemos os princípios do nosso código de ética, quando exercemos nosso compromisso de promover a saúde e a qualidade de vida das pessoas e das coletividades, quando atuamos com rigor, por meio do contínuo aprimoramento profissional, contribuindo para o desenvolvimento da Psicologia como campo científico de conhecimento e de práticas”, avaliou.
Entre os avanços, o presidente do CFP destacou o Encontro de Bauru, realizado em dezembro de 2017, que comemorou os 30 anos da luta antimanicomial, e a realização da inspeção nacional nas comunidades terapêuticas nas 5 regiões do país, uma iniciativa do CFP, do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura e da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão do Ministério Público Federal.
A abertura do 10º CNP também foi espaço para homenagem à conselheira do CFP Cléia Oliveira Cunha, falecida em 29 de novembro de 2018. Incansável defensora de direitos humanos e da profissão, as imagens de Cléia e sua trajetória profissional e de vida emocionaram os participantes do CNP. Segundo Rogério Giannini “Cléia está presente em cada ato de resistência”.
TRABALHO
Durante os dias de trabalho, a Comissão Organizadora Nacional (Comorg) apresentou a dinâmica de trabalho, separando os participantes em nove grupos de trabalho que debateram e deliberara, sobre temas como condições de trabalho, democratização do Sistema Conselhos, relação com entidades, transparência, emergências e desastres, crianças e adolescentes, reforma psiquiátrica e luta antimanicomial, educação, relações raciais, avaliação psicológica, psicoterapia, relação com a Justiça e ampliação do exercício profissional, entre outros.
As 302 propostas, divididas em três eixos, foram compiladas pela Comorg a partir de propostas aprovadas nos 23 Congressos Regionais de Psicologia (Coreps), realizados na etapa anterior.
CNP
O CNP – Congresso Nacional de Psicologia é a instância máxima de deliberação do Sistema Conselhos de Psicologia. No CNP são definidas as diretrizes e ações políticas que devem ser priorizadas para o triênio subseqüente, ou seja, para a próxima gestão dos Conselhos Regionais e Federal de Psicologia.
O CNP não é um congresso científico-acadêmico, mas espaço de discussão e transformação do funcionamento e das ações dos Conselhos de Psicologia. É um processo amplo de debates, que se inicia bem perto de cada psicóloga, nos Conselhos Regionais, Subsedes ou Seções, com os Eventos Preparatórios, Pré-Congressos (Pré-Coreps) e Congressos Regionais (Coreps).