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II Semana da Luta Antimanicomial do Mato Grosso do Sul e IV Encontro do Cerrado: Celebrando a Resistência e Transformação

Entre os dias 13 e 17 de maio, Mato Grosso do Sul foi palco de um evento de grande importância e significado: a II Semana da Luta Antimanicomial do MS e o IV Encontro do Cerrado. Essa iniciativa, em consonância com o Dia Nacional da Luta Antimanicomial, celebrado em 18 de maio, reuniu várias instituições trazendo diversidade de vozes e perspectivas em prol da saúde mental e da inclusão social.

O tema escolhido para este ano, “A chaga que existe é o alento que me faz resistir demais”, inspirado na música “Luz da Paz” de Dona Ivone Lara, ressalta a importância da resistência como motor de transformação. A referência a Dona Ivone Lara, figura emblemática no movimento antimanicomial, destaca a relevância da cultura e arte na promoção da saúde mental e na luta contra estigmas e preconceitos.

A programação da semana foi diversificada e inclusiva, abrangendo atividades como palestras, debates, oficinas, apresentações de trabalhos e manifestações culturais, tanto em Campo Grande, como em Dourados e Três Lagoas. Essa abrangência regional demonstra a relevância e o alcance do movimento antimanicomial em todo o estado, promovendo a conscientização e a mobilização em diferentes comunidades.

O ponto alto do evento foi a 2ª Caminhada da Luta Antimanicomial do MS, que, no dia 17 de maio às 9h30, partiu da Praça do Rádio em direção à Praça Ary Coelho, reunindo estudantes, trabalhadoras/es e usuárias/os dos serviços de saúde mental engajadas/os na defesa dos direitos das pessoas com transtornos mentais.

Walkes Jacques Vargas, presidente do CRP14/MS (Conselho Regional de Psicologia), destaca a urgência de ampliação de mais unidades de atendimento aos pacientes e da residência terapêutica.

“Temos um número muito baixo de centros de atendimento psicossocial no estado, além de outras unidades, como residenciais terapêuticos, serviços para aqueles que não conseguiram reatar um vínculo com a sociedade ou a família. Temos a convicção de que o número de unidades é insuficiente. Nossa luta é para que os governos parem de transferir recursos públicos para entidades privadas e invistam no setor público da saúde mental brasileira. O número de CAPS precisa ser maior”, pontuou Walkes.

Em suma, a II Semana da Luta Antimanicomial do Mato Grosso do Sul e o IV Encontro do Cerrado reafirmaram o compromisso com a resistência, a transformação e a construção de uma sociedade mais justa e acolhedora para todos. Que os aprendizados e as reflexões geradas durante essa semana continuem a inspirar e promover a defesa de um cuidado humanizado em saúde mental pautado na liberdade e autonomia.